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3 mulheres por trás de 3 projetos culturais de envergadura

Conhecemos Olga Isla, Eva Iglesias Bilbao y Laura Glez. Villanueva durante os passados Meetups de Artistas, Espaços e Gestores Culturais.

Conhecemos Olga Isla, Eva Iglesias e Laura Glez durante os passados Meetups de Artistas, Espaços e Gestores Culturais. Foi muito agradável poder encontrar por fim as mulheres que estão por trás de projetos que começam a florescer no mundo artístico, como Yo Expongo e Open Street Art. Durante o Meetup de novembro, aproveitaram para apresentar o seu mais recente projeto, Take Away Process, e para pedir espaços e colaboradores para o conseguirem levar a cabo. Falámos com elas, fizemos perguntas e aqui estão as suas respostas. 

Apenas três mulheres por tras de tantos projetos! Podem explicar-nos qual foi o vosso percurso? O que é que vos levou a mudar de rumo e a dedicarem-se à arte?

Eva: No meu caso, sou licenciada em Psicologia, o que me levou a mudar de profissão para o ramo das artes foi uma necessidade que descobri que tinha, a pesar de não estar consciente dela. O excesso de trabalho e de conformismo levou-me a procura uma mudança que me ajudasse a estar melhor comigo mesma e a reconciliar-me com a vida.

Olga: Sempre me senti atraída e vinculada ao mundo das artes de várias formas, fosse como espetadora, leitora, autodidata… Dedicar-me plenamente à arte não foi uma opção possível no momento de escolher uma carreira universitária, estudei Ciências Económicas e exerci durante mais de 20 anos. Durante muito tempo, o desejo de abandonar a profissão de economista para me dedicar à atividade artística foi crescendo, as novas tendências artísticas, as possibilidades de expressão, etc, influenciaram-me de forma positiva… estava a perder demasiadas coisas. Decidi deixar tudo e estudar Belas Artes, pensei “é agora ou nunca”.

Laura: A pesar do meu percurso profissional ter estado sempre ligado à criação no campo da moda, já que sou licenciada em Design de Moda pela UPM e tenho uma vasta experiencia, a necessidade de alargar horizontes expressivos levou-me a licenciar-me em Belas Artes, o que me permite desenvolver as minhas inquietações artísticas, tanto individualmente como em coletivos de que faço parte.

Qual é a experiencia de que mais se orgulham desde que entraram no mundo da arte? Quais foram as vossas maiores conquistas até agora?

Eva, Olga e Laura: A melhor experiencia foi, sem dúvida, a Faculdade de Belas Artes. Os desafios diários, a aprendizagem, a descoberta de técnicas, formas de expressão, os debates artísticos, a participação ativa com mais artistas… foi um período muito enriquecedor. Foi aí que nos conhecemos.

O que mais gostamos naquilo que fazemos é a liberdade com que planeamos as nossas ações. Não dependemos do mercado, nem das críticas, nem da reputação profissional. Sabemos bem aquilo que não queremos.

As grandes conquistas até agora foram demonstrarmos que os desejos se podem cumprir se formos ativas e trabalharmos acreditando neles, as próximas conquistas estão para vir, porque ainda agora começámos.

 

E o futuro? Até onde querem chegar? Qual é o vosso objetivo principal?

Eva, Olga e Laura: Desenvolver plenamente a carreira artística, continuar a aprender e sempre por vontade pessoal, sem imposições. Selecionar as ferramentas adequadas para cada uma das propostas sem limitações, fazendo da arte um meio de expressão e até de denuncia, podendo ser crítico, deixando que o espetador complete o discurso proposto ou até que o tome como seu. O autor está morto, o mercado está a morrer e cada homem/mulher é um artistas, como dizia Beuys.

Encontraram muitos obstáculos pelo caminho? Quais são as maiores dificuldades que encontram para gerir  Take Away Process, Yo Expongo y Open Street ArtDe que precisam para levar a cabo o vosso próximo projeto?

Eva, Olga e Laura: Os obstáculos são muitos, todos aqueles que surgem quando se começa do zero, ao que há a acrescentar a idade e o facto de ser mulher. Somos emergentes e apesar de não termos menos de 35 anos, isso não nos limita, desenvolve a criatividade. Por exemplo, o coletivo  Open Street Art, no qual participamos com outros três artistas (de arte de rua), surge, entre outras coisas, da necessidade de termos um espaço expositivo para as nossas peças artísticas, pelo que decidimos levá-las para o espaço público, aproximando-as dos potenciais espetadores, o que nos permitiu ainda o contacto direto e ouvir as pessoas. Curiosamente, nas performances e ações de rua, a nossa idade foi um fator positivo, quando nos “expulsaram” de algum sítio, foi sempre com uma delicada moderação. O menos fácil (melhor que mais difícil) é estar na rua com a parte negativa que a ela está associada: inclemências do tempo, ultrapassar obstáculos para realizar as ações…

Em  YOEXPONGO o nosso objetivo é dar visibilidade à mulher no mundo da arte. Neste coletivo, formado por outras duas mulheres artistas, o mais difícil foi gerir a projeção na fachada do MNCARS. Agora entraram em contacto connosco para realizar a projeção noutros edifícios, como o MUSEO DE GUADALAJARA,  e noutros sítios em que estamos a trabalhar. Apesar de este ser sem dúvida um obstáculo superado, temos que solicitar apoio técnico e económico para as nossas deslocações a outras cidades, porque não queremos que nenhuma das artistas tenha de cobrir nenhum gasto. Até agora estamos a conseguir.

No que diz respeito a  Take Away Process (projeto de projetos de arte contemporânea), criado e gerido por nós as três, está a despertar interesse e esperamos que haja o número suficiente de artistas ou pessoas ligadas ao mundo da arte para participar, a dificuldade que temos é com o espaço para a sua realização… mas havemos de conseguir!

 

Estiveram no primeiro e no segundo MeetupTAB. Como souberam do evento?

Eva, Olga e Laura: Soubemos do evento através do Facebook.

 

O que esperavam conseguir com a participação no evento?

Eva, Olga e Laura: Pensámos que era uma boa oportunidade de partilha e trocas, e que tínhamos de a aproveitar.

 

Participar no Meetup permitiu-vos encontrar recursos para os vossos projetos?

Eva, Olga e Laura: Reencontrámo-nos com pessoas, as nossas artistas foram contactadas, temo suma possível colaboradora que trabalha numa revista digital… e a difusão feita pelo The Art Boulevard tem sido muito importante. Participar no Meetup é uma experiencia fantástica porque permite conhecer não só outros artistas dispostos a colaborar, mas também amantes das artes, gestores culturais, gestores de espaços… é como abrir um cofre cheio de tesouros onde se pode rebuscar.

 

Em que é que os leitores de The Art Boulevard podem ajudar?

Eva, Olga e Laura: Na divulgação do nosso trabalho e na procura de um espaço, gostaríamos que fosse industrial, um local de negócio em desuso ou algo parecido… mas outras propostas também podem ser válidas.

 

Querem deixar alguma mensagem ais leitores de The Art Boulevard?

Eva, Olga e Laura: Queremos incentivá-los a participar nas nossas convocatórias, e a disponibilizarem os meios que possuem para todos, para que possamos tecer uma rede ampla e capaz de nos ajudar a todos.

      

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